Ácido acético
Ácido com grande capacidade de prevenir o crescimento de leveduras e bolores e, portanto, idealmente deve estar presente em silagens em concentrações moderadas para evitar aquecimento e deterioração. As bactérias heterofermentativas Lactobacillus buchneri NCIMB 40788 e Lactobacillus hilgardii CNCM I-4785 são comprovadamente estudadas e efetivas na produção deste ácido.
Ácido butírico
A principal fonte de ácido butírico na silagem é a fermentação por clostrídios que estão presentes na cultura em números relativamente pequenos na colheita.
Os números na forragem ensilada podem aumentar pela inclusão de terra, seja por corte rente ao solo ou durante o enleiramento e recolhimento da forragem. Além disso, a contaminação pode ocorrer quando os pneus dos tratores estiverem com barro ou aderência de terra devido a umidade da forragem durante a compactação.
O solo pode conter até 10 bilhões de UFC de clostrídios por grama. Além de produzir ácido butírico, que pode dar à silagem um cheiro pútrido, leva à perda significativa de proteínas e à produção de aminas biogênicas (histamina, putrescina, cadaverina), que afetam a saúde e/ou produção do rebanho.
Ácido isobutírico
Isômero do ácido butírico, geralmente presente devido à desaminação do aminoácido valina por clostrídios (embora também se saiba que é produzido por Lactobacillus brevis).
Ácido lático
O ácido lático é o mais forte entre os ácidos produzidos na fermentação e, portanto, é o principal fator para a queda rápida do pH. É produzido por bactérias ácido láticas que possuem capacidades distintas de produção e variam de acordo com o tipo de forrageira ensilada. Portanto, é importante inocular uma cultura de forragem com quantidade adequada de bactérias ácido láticas, para obter uma queda rápida do pH. No entanto, o ácido lático não tem efeito contra leveduras e bolores, sendo que algumas espécies de leveduras podem utilizar esse ácido como substrato para seu crescimento.
Ácido propiônico
Um conhecido inibidor de fungos e leveduras, é produzido na silagem por fermentação de açúcares e/ou ácido lático por bactérias produtoras de ácido propiônico, como Propionibacterium acidipropionici, e/ou como um coproduto da conversão de ácido lático em ácido acético pelo Lactobacillus buchneri.
Ácidos graxos voláteis (AGVs)
Estes são ácidos produzidos por microrganimos na silagem, a partir de açúcares e outras fontes de carboidratos. Por definição, eles são voláteis, o que significa que irão volatilizar (evaporar) no ar, dependendo da temperatura. O ácido lático NÃO é um ácido graxo volátil, ao contrário dos ácidos acético, propiônico e butírico.
Acidose ruminal subclínica (SARA)
Quando o pH ruminal permance abaixo de 5,8 por três ou mais horas dentro de um período de 24 horas.
Aditivos auxiliares de fermentação
Os auxiliares de fermentação são compostos que estimulam as bactérias láticas (por exemplo, polpa cítrica peletizada, casca de soja, milho moído, enzimas) durante o processo de fermentação. De maneira geral, esses substratos têm o objetivo de elevar o teor de matéria seca da massa ensilada (sequestrantes de umidade) e fornecer açúcares para a fermentação. Entretanto, o uso dos aditivos auxiliares de fermentação não substituem os inoculantes, mas criam melhor ambiente para ação das bactérias láticas durante a fermentação. As enzimas têm função de liberar açúcares para serem fermentados pelas bactérias láticas.
Bactéria ácido lática (BAL)
Durante o processo de ensilagem, as bactérias ácido láticas (BAL) desempenham o papel mais importante na fermentação. As BAL convertem carboidratos solúveis em água (CSA) em ácidos orgânicos, principalmente ácido lático, sob condições anaeróbias. Como resultado, o pH diminui e microrganismos indesejáveis são inibidos.
Bactérias homofermentativas e heterofermentativas
As bactérias ácido láticas (BAL) podem ser ategorizadas em dois grupos com base nos metabólitos produzidos a partir da fermentação de açúcares. As BAL homofermentativas convertem açúcares solúveis da forragem em ácido lático. Essas bactérias são utilizadas para acelerar a fermentação inicial, ajudando a atingir rapidamente um pH baixo. Os exemplos incluem Lactobacillus plantarum, Pediococcus acidilactici, P. pentosaceus, Enterococcus faecium e Lactobacillus salivarius. As bactérias heterofermentativas produzem ácidos com alto efeito antifúngico, como o ácido acético e o ácido propiônico. Eles podem melhorar a estabilidade aeróbia da silagem e ajudar a reduzir os riscos de deterioração aeróbia após a abertura do silo. Os exemplos incluem as cepas Lactobacillus buchneri, L. hilgardii e Propionibacterium acidipropionici.
Brix
Graus Brix é o teor de açúcares de uma solução aquosa. Uma unidade de grau Brix é equivalente a 1 grama de sacarose em 100 gramas de solução.
Essa unidade de medida é comumente utilizada para estabelecer o ponto de colheita para ensilagem de diversos materiais. Especialmente para cana-de-açúcar essa avaliação é muito importante, valores acima de 18° são recomendados para iniciar a colheita.
Composição química e fermentativa da silagem
Para ter uma ideia do valor nutritivo e do padrão fermentativo da silagem, coleta-se amostras e são enviadas para laboratórios aprovados (por exemplo, ESALQLab, 3RLab). Análises bromatológicas como matérias seca, teor de amido, fibras, KPS (processamento de grãos), proteína bruta e digestibilidade são recomendadas para avaliação do valor nutritivo da silagem. Do ponto de vista de qualidade de fermentação, recomenda-se analisar os valores de pH, ácido lático e demais ácidos orgânicos presentes. Para silagens inoculadas com Lactobacillus buchneri e L. hilgardii recomenda-se também analisar ácido acético e 1,2 - propanodiol. Silagens de cana-de-açúcar e milho, o teor de etanol é um importante parâmetro, bem como ácido butírico para silagens de capins e leguminosas.
Contaminação por cinzas
Cinza é o conteúdo mineral total de um alimento. As cinzas presentes nas silagens normalmente são provenientes da composição mineral total da planta ou orinda da contaminação por terra. Valores de cinzas mais altos podem ser indicativos de contaminação por terra (afeta negativamente a fermentação) ou de deterioração excessiva da matéria orgânica (o que, por sua vez, já é indicativo de falhas no processo fermetativo e da deterioração aeróbia).
Corte direto
Usado para descrever uma forragem que é colhida e cortada ao mesmo tempo, ou seja, sem o processo de pré-secagem.
Efluente
Efluente é o líquido exudado da forragem após passar pela etapa de compactação durante o processo de ensilagem.